\ A VOZ PORTALEGRENSE: Alma Pátria - Pátria Alma

quinta-feira, setembro 21, 2006

Alma Pátria - Pátria Alma

Ao Vitor Ramalho

O VERDADEIRO PATRIOTISMO
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O verdadeiro patriotismo não é o amor dos negócios rendosos que no seio da pátria podem dar a riqueza e a independência; não é a interessada gratidão pelas honrarias que dentro dela se podem granjear; não é também o embevecido êxtase, ingénuo e fútil, diante da beleza das suas paisagens, do esplendor do seu céu, da uberdade do seu solo. É, sim, um amor elevado e austero, que reconhece os defeitos da pátria, não para amaldiçoá-los ou para se rir deles, mas sara perdoá-los, estudá-los, corrigi-los; é um amor que se enraíza mais no meio moral do que no meio físico, e vai procurar a sua seiva nutritiva no âmago longínquo do passado, no sacrossanto húmus das origens da raça, da língua, da história, e no padecimento obscuro, apagado, anónimo das gerações que antes da nossa viveram, suaram e penaram na terra que servimos e adoramos!
OLAVO BILAC (brasileiro)
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Com este Texto, abre o Livro da disciplina de Português, do então 3.º Ano do Liceu.
“Alma Pátria - Pátria Alma” é da autoria de Domingos Romão Pechincha e José Nunes de Figueiredo, então Professores-metodólogos do Liceu Normal de Coimbra. É editado pela Porto Editora, L.da. Em ‘Nota’, na página 6, está a data, Porto, 20-5-1965.
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