\ A VOZ PORTALEGRENSE: Crónica de Nenhures

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Crónica de Nenhures

Portugal fora do Afeganistão
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O presidente da República Aníbal Cavaco Silva convocou para hoje o Conselho de Estado com o objectivo de ouvir os conselheiros sobre o podido do presidente da NATO de maior cooperação de Portugal no esforço daquela entidade militar no Afeganistão.
Pretende aquele militar que Portugal envia mais meios humanos e militares para aquele teatro de guerra outrora de baixa e agora de média intensidade.
Tal como os soviéticos, agora os atlantistas também estão a perder a guerra naquele país, juntando-se na história aos ingleses. Parece que aquele povo está fadado para derrotar quer invasores quer ocupantes, e a derrotar-se a si próprio através de contínuas guerras civis tribais.
O ocidente sabe que perdeu a guerra, mas quer manter uma força no Afeganistão, mas agora as grandes potências querem dividir os riscos com as pequenas, ou com os seus apêndices, este, o caso de Portugal, dada a sua pequenez em termos de importância mundial.
Será fácil adivinhar o que sairá daquela reunião do Conselho de Estado, conhecendo-se a gente que dele faz parte. “Portugal tem que assumir e honrar os seus compromissos perante as Organizações de que faz parte e perante a Comunidade mundial”, frase mais ou menos idêntica à que o comunicado final daquela reunião reproduzirá…
Mas que interesses tem Portugal em enviar mais meios para o Afeganistão? Que contra-partidas receberá em os seus militares servirem de “carne para canhão”? Que mais-valias obterá pelo envio de mais material militar? Enfim, que faz Portugal, país pobre, sem recursos e a braços com uma crise económica sem fim à vista, com um desemprego em crescendo, com a falência do sector industrial e o fim da agricultura no Afeganistão?
Há que reverter os parcos meios financeiros que o Estado tem para o bem-estar do povo português e deixarem-se os seus governantes de fazerem figura de “ricos” e olharem para dentro do país, e não gastar com outros o que não tem para gastar consigo próprio.
Os portugueses devem exigir o regresso das forças militares e militarizadas que estão em todas as missões no estrangeiro, a começar por Timor, colónia australiana!
MM