\ A VOZ PORTALEGRENSE: Desabafos

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Desabafos

O ano de 2007 está a terminar. O próximo, bissexto, está quase a começar. É clássico despedirmo-nos do “velho” ano e iniciar o “novo” comendo doze passas acompanhadas de outros tantos desejos, e beber-se vinho espumante, que num fervor social apelidamos de “champanhe”. Esse, o verdadeiro, aquele da região francesa que lhe deu a fama e a imortalidade, Champagne, continua reservado a uma elite, uma elite mais económica que social. Sim, porque o que é social hoje em dia não tem nada a ver com o que era tempos atrás. Agora não passa de uma memória, é passado, porque quem tem dinheiro é que tem poder, já não quem tem como “cartão de visita” apelidos que representam gerações.
O nome de Família não dá estatuto social, mas sim o dinheiro. Na sociedade, quem é detentor do poder económico é quem tudo manda, directa ou por interposta pessoa. O poder de decidir, de influenciar, pertence a um grupo restrito de possidentes. Formam a elite. E quanto mais forte for essa elite, melhor para a região em que exerce o magistério do poder.
É a qualidade das elites que estabelece a hierarquia entre regiões. Elas são factor de desenvolvimento, ou de regressão, conforme o seu poder. Uma elite forte faz forte a gente que sob ela vive, e uma fraca elite debilita o tecido em que se insere.
Portalegre situa-se entre dois pólos de desenvolvimento fortes, a Cova da Beira liderada pela Covilhã e que se estende de Castelo Branco à Guarda, e o Alentejo Central liderado por Évora e que vai de Beja a Elvas.
Que futuro para o triângulo Portalegre, Marvão, Castelo de Vide, no qual apostam as actuais elites de Portalegre? Responda quem souber. Nós não sabemos.
Feliz Ano Novo
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 28/12/2007
Mário Casa Nova Martins