\ A VOZ PORTALEGRENSE: Crónica de Nenhures

quinta-feira, janeiro 31, 2008

Crónica de Nenhures

Um Partido sem Alma
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Noticiou o semanário Expresso de 26 de Janeiro último, que no Partido do Largo Adelino Amaro da Costa, ex-Largo do Caldas, as tendências internas não conseguem organizar-se.
Este facto é deveras surpreendente. A iniciativa que a actual Direcção do CDS levou a Congresso e que foi aprovada maioritariamente, não consegue vingar no Partido. O que é grave!
A existência de tendências seria uma mais-valia, porque fomentaria o debate interno e por certo traria mais gente interessada, logo mobilizada para a luta político-partidária. Então, se as tendências, algumas publicamente anunciadas como a liberal, a conservadora e a nacionalista e eurocéptica, não conseguem constituir-se, é caso para se dizer que o CDS está moribundo.
Para se organizar uma tendência são necessários numa primeira fase, de formalização, 350 assinaturas de militantes e passados seis meses mais 150, num total final de 500. Ora não será difícil por todo o país encontrar-se, tendo em conta as tais tendências anunciadas, 1500 militantes, quiçá com as quotas em dia…, que permitam a existência de tendências.
Mas, pelos vistos, nem para uma tendência há militantes disponíveis… Tal como, e ainda segundo o dito semanário, não deixa de ser curioso que as matrizes fundacionais do CDS, o centrismo e a democracia-cristã, não sejam candidatas a tendências.
A existências de tendências internas poderia ser uma maneira de muitos dissidentes do Partido, em cujo grupo não nos contamos porque saímos por razões que nada tinham de políticas, regressarem. E então formalizarem a sua tendência e partirem para o combate político. Seria uma forma do Partido crescer internamente e, mais importante, eleitoralmente.
Da forma em que se encontra, em coma vegetativo, não terá futuro, e tudo porque os seus dirigentes destruíram a Alma do CDS.
MM